Aconteceu em Brasília, nos dias 16 e 17 de outubro, o 10º Fórum Brasileiro da Atividade de Auditoria Interna Governamental. Participaram do evento, representando a Auditoria Interna da UnB, as auditoras Cibele Maria Pinto Pereira Menezes de Oliveira e Luciana Maria de Oliveira Cortinhas.

 

O tema abordado foi "Desafios e Perspectivas para Melhoria da Governança Pública". O evento era voltado a auditores internos governamentais de órgãos e entidades dos poderes da União, Estados e Municípios; auditores externos governamentais; gestores e servidores públicos.

 

O objetivo foi promover a integração e o intercâmbio de conhecimentos, tecnologias e experiências relativas à prática da atividade de auditoria Interna no âmbito das unidades de auditoria dos poderes da União.

 

A 10ª edição do Fórum foi promovida pelo Conselho de Dirigentes de Órgãos de Controle Interno da União (DICON), sob a coordenação da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Secretaria de Controle Interno do Ministério da Defesa (CISET/MD).

 

Estiveram presentes como palestrantes e debatedores diversas autoridades como: Marcos Cesar Pontes – Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Wagner de Campos Rosário – Ministro da CGU; José Marcelo Castro de Carvalho - Secretário-Executivo da CGU; Antônio Carlos Bezerra Leonel – Presidente do DICON; Paulo Ricardo Grazziotin Gomes – 1º Vice Presidente do DICON; Mércia Giselle dos Santos Oliveira – 2ª Vice Presidente do DICON e Secretário de Controle Interno do Ministério da Defesa; Leonardo de Araújo Ferraz – Presidente do CONACI; Tania Mara Cordeiro – Conselheira do IIA; entre outras, como grandes dirigentes de Auditorias Internas de respeitados órgãos do Poder Executivo Federal (Banco Central do Brasil, Câmara Legislativa, SERPRO, Tribunal de Justiça, integrantes das Forças Armadas, etc).

 

As mudanças de perspectivas na carreira de auditor interno e o perfil do novo profissional em auditoria foi explanado de forma reiterada pelos palestrantes, que apresentaram a próxima geração de auditoria interna com contribuição mais ativa na governança institucional:

- explicitando a cadeia de valor dos trabalhos;

- realizando planejamento dos objetos auditáveis pelo seu nível de criticidade, considerando o grau de importância para o atingimento dos objetivos estratégicos e da missão da organização;

- baseando nos maiores riscos;

- e no fortalecimento do ambiente de integridade.

 

Acredita-se que as auditorias apenas de conformidade possivelmente serão superadas por programas informatizados nos próximos anos. Por esse motivo, o recente Decreto nº 9.991/2019 prevê que seja desenvolvido um Plano de Desenvolvimento de Pessoas (PDP) para atender às necessidades administrativas operacionais, táticas e estratégicas, vigente e futuras, preparando os servidores paras as mudanças de cenários internos e externos ao órgão ou entidade.

 

Seis imperativos foram apontados para a futura auditoria interna:

- concentrar-se mais nos riscos estratégicos;

- alinhar as expectativas das partes interessadas;

- pensar além do escopo;

- agregar mais valor por meio da consultoria;

- elevar a estatura e a perspectiva;

- facilitar uma comunicação eficaz e de alta qualidade.

 

Também foi dado muito enfoque nos trabalhos de consultoria das Auditorias Internas, que têm grande potencial para prover valor de longo prazo para o sistema de controle interno da organização. Acredita-se que esse trabalho também tende a ser mais prospectivo ao invés de avaliar somente o que aconteceu no passado.

 

Embora a combinação de auditoria e consultoria pela auditoria interna não seja isenta de problemas e alguns acreditem que possam acontecer potenciais prejuízos para a independência e objetividade, os serviços de consultoria podem promover oportunidades ao auditor interno, aumentando seus conhecimentos e habilidades em áreas que não fazem parte do ambiente dos trabalhos de asseguração.

 

Os serviços de consultoria são definidos como atividades de aconselhamento e serviços relacionados prestados ao cliente, cuja natureza e escopo são acordados como cliente e se destinam a adicionar valor e aperfeiçoar os processos de governança, gerenciamento de riscos e controles da organização, sem que o auditor interno assuma qualquer responsabilidade que seja da Administração. Incluem orientação, assessoria, facilitação e treinamento.

 

Aposta-se que usando um processo de avaliação de risco robusto, os auditores internos podem selecionar trabalhos de consultoria que agreguem grande valor à organização. Por fim, importante lembrar que o serviço de consultoria não deve conduzir o auditor a função de tomador de decisão, esta sempre será de responsabilidade da Administração que é livre para aceitar ou rejeitar as orientações ou recomendações resultantes de qualquer trabalho de auditoria.

 

Escrito por Luciana Maria de Oliveira Cortinhas

Fonte: 10º Fórum Brasileiro da Atividade de Auditoria Interna Governamental