Em 21 e 22 de outubro, a Auditora Luciana Maria de Oliveira Cortinhas realizou em Curitiba um benchmarking com os auditores das Audins da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Instituto Federal do Paraná (IFPR).

 

No encontro com os auditores-chefes Sadi Daronch, Luiz Eduardo Croesy Jenkins e Kétura Silva Paiva e demais auditores internos das unidades, foram discutidas questões relacionadas aos problemas comumente enfrentandos pelas Auditorias Internas das IFEs.

Entraram na pauta os assuntos:

  • Transparência dos trabalhos realizados

As Auditorias Internas das IFEs publicam em seus sites além do RAINT e PAINT também seus relatórios de auditoria e recomendações da CGU e do TCU. Contudo, existe a preocupação de que os relatórios próprios publicados não contenham a identificação completa de eventuais responsabilizados. Por esse motivo, os relatório já são produzidos de forma a garantir o sigilo de informações pessoais e que digam respeito à intimidade, deixando tais informações restritas aos papéis de trabalhos.

  • Rotatividade dos auditores-chefes e preparação dos auditores internos para assumir a chefia das unidades

A determinação prevista na Portaria nº 2.737/2017 da CGU de alternância dos auditores-chefes está sendo cumprida, dentro da possibilidade, preferencialmente por servidores das próprias IFEs. A preocupação com a capacitação dos servidores e preparação desses para o exercício das atividades inerentes ao titular da unidade de Auditoria Interna, em especial no que se refere a gestão de pessoas, é evidente entre as Audins. No entanto, a rotatividade é vista como uma oportunidade de valorização profissional dos demais auditores, de manutenção da transparência das atividades  e até de sanidade mental diante do alto grau de responsabilidade e comprometimento exigido da chefia pela alta Administração.

  • Quantitativo de servidores x qualidade e perfil dos profissionais x quantitativo de auditorias realizadas

Verifica-se que a CGU tem avaliado a produtividade das Audins de acordo com o quantitativo de servidores, sem que seja, entretanto, considerada a qualidade do trabalho individual dos auditores. Tal fato ocasiona problemas nas equipes principalmente quando alguns servidores mais pró-ativos são julgados em conjunto com seus colegas que realizam um quantitativo menor de trabalho.

O novo perfil esperado dos profissonais das Audins precisa ser aprimorado dentre os servidores ativos, uma vez que os concursos para auditor da forma como são realizados atualmente não possuem condições de selecionar os profissonais mais críticos ou que tenham efetivamente as características hoje consideradas desejáveis para o auditor do futuro.

As mudanças de perspectivas na carreira de auditor interno e o perfil do novo profissional em auditoria exigem uma contribuição mais ativa na governança institucional: explicitando a importância dos trabalhos e agregando mais valor por meio da consultoria; realizando planejamento dos objetos auditáveis pelo seu nível de criticidade; contribuindo com o fortalecimento do ambiente de integridade; bem como se concentrando nos riscos estratégicos e na missão da organização.

  • Contabilização de benefícios:

As Audins estão fazendo levantamento dos relatórios de auditorias já realizados nos últimos anos,  tabelando e reavaliando de forma a buscar uma melhor forma de contabilizar os benefícios gerados com cada trabalho, conforme determina a IN nº 4/2018 da CGU. Ocorre que nem todos os trabalhos são mensuráveis financeiramente.

Acredita-se que, embora essa exigência possa dar maior visibilidade a importância das Audins na economicidade institucional, é possível que seja dada maior atenção às auditorias operacionais utilizando o critério da materialidade, ficando em segundo plano as auditorias de conteúdo finalístico e atividades de assessoramento e consultoria cujas recomendações podem não ser atendidas pelo gestor, em razão da discricionariedade, e, nesse caso, não serão contabilizadas.

Assim, embora a tendência atual seja de que as Audins realizem mais auditorias utlizando o critério da criticidade e consultorias que agregem valor institucional e auxilem a governança fornecendo informações que possibilitem uma melhor tomada de decisão por parte da alta Administração, tais atividades são mais difíceis de serem contabilizadas.

  • Programa de Gestão e Melhoria da Qualidade (PGMQ):

O Referencial Técnico da Atividade de Auditoria Interna Governamental, aprovado pela IN SFC nº 3/2017, em consonância com a Estrutura Internacional de Práticas Profissionais (IPPF) do Instituto dos Auditores Internos (IIA), estabelece que as Unidades de Auditoria Interna Governamental (UAIG) devem “instituir e manter um Programa de Gestão e Melhoria da Qualidade (PGMQ) que contemple toda a atividade de auditoria interna governamental, desde o seu gerenciamento até o monitoramento das recomendações emitidas”.

Nesse sentido, as Audins estão realizando estudos para compreensão do tema e futura implementação desse programa em suas unidades.

O objetivo das visitas foi promover a integração e o intercâmbio de conhecimentos, tecnologias e experiências relativas à prática da atividade de auditoria Interna realizadas pela UTFPR, UFPR e IFPR com a UnB. Considera-se que o intuito foi atingido e resultou em bons contatos com as equipes de auditoria paranaense, merecendo que esta frutífera colaboração seja perpetuada.

 

Escrito por Luciana Maria de Oliveira Cortinhas